terça-feira, 30 de outubro de 2012

The Unwritten Vol. 2 - Inside Man

Autor: Mike Carey
Artista: Peter Gross

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Yo! How's it going?

No texto de hoje, volto a falar sobre minha série em quadrinhos favorita na atualidade: "The Unwritten", incrível projeto do escritor Mike Carey em conjunto com o competente desenhista Peter Gross. Quem quiser saber mais sobre o título pode acessar minha postagem sobre o primeiro arco da série, "Tommy Taylor and the Bogus Identity", antes de se aventurar nos terrenos de sua sequência, aqui relatada após uma releitura feita especialmente para o blog, uma vez que acompanhei a obra pela primeira vez quando ela foi publicada no final de 2010. On to it, then!

Plano de fundo: Encurralado pela polícia ao ser o único sobrevivente do massacre na mansão Villa Diodati, Tom Taylor é transportado para a França e encarcerado na prisão Donostia sob pesadas acusações de homicídio. Ao seu lado está Richie Savoy, outro prisioneiro em transferência que não demora a fazer amizade com Taylor. A presença do jovem na penitenciária, contudo, atrai consigo grande atenção da mídia e qualquer deslize pode custar caro à imagem de Donostia e seu regulador, o durão oficial Chadron.

Paralelamente, movendo-se pelas sombras, forças misteriosas planejam invadir Donostia e eliminar Tom Taylor antes que seu potencial mágico aumente. O que elas não sabem, no entanto, é que os poderes de Tom começam a se manifestar rapidamente, e uma abordagem sutil já não está mais em pauta: para destruí-lo, será necessária uma iniciativa pesada e inescrupulosa que tomará a vida de qualquer inocente em seu caminho, e tal jornada pode enfim fazer despertar o arqui-inimigo de Tommy Taylor no mundo real de uma vez por todas.

Papum: Partindo do ponto onde "Tommy Taylor and the Bogus Identity" nos deixou, Mike Carey trabalha aqui a maneira como o mundo passa a enxergar Tom Taylor depois da terrível chacina realizada na mansão Villa Diodati. Assim sendo, o autor volta a fazer uso de quadros que remetem a fóruns virtuais e entrevistas com psicólogos para nos dar uma pitada de opinião publicada sobre Tom, e a discussão é válida: o que seria do mundo se Harry Potter não só provasse existir, mas se tornasse um criminoso? A premissa é muito interessante e amplamente explorada por Carey, tendo seu maior reflexo abordado através do regulador de prisão Claude Chadron, cujos filhos são simplesmente fascinados pelas aventuras de Tommy Taylor. Chadron detesta Tom por considerá-lo um usurpador de uma personagem amada pelas crianças e corrompê-la ao se tornar um criminoso, e a relação entre Chadron e seus filhos é intensa: participativo, ele faz tudo que pode para preservar a inocência das crianças ao participar de jogos teatrais relacionados a Tommy Taylor. Fazendo isso, ele próprio se refugia em um mundo doce onde o bem sempre vence o mal, mesmo que não entenda as consequências que isso tem em seus filhos, e em especial em Cosi, sua primogênita. A menina desenvolve tendências de psicose que a impossibilitam de discernir realidade de fantasia, legado do gênero literário frequentemente discutido entre especialistas. Tais subtramas só enriquecem a narrativa central e contribuem para uma conclusão tanto dramática quanto emocionante do primeiro enredo.


Igualmente efetiva é a jornada de "Inside Man" ao colocar Tom Taylor, Richie Savoy e Lizzie Hexam dentro de uma Stuttgart pronta para a Segunda Guerra Mundial. A habilidade de Peter Gross atinge seu ápice aqui, e Carey sabe perfeitamente como explorá-la. Através de visões do Jüd Suss (livro escrito por um alemão judeu ironicamente usado como inspiração para o filme mais anti-semita da história), Tom conhece o poder de distorção ao qual toda história está sujeita, levando-o a uma surpreendente descoberta com relação não só a seus poderes, mas a seu misterioso pai. Os quadros são belos e a arte-final impecável nas mãos de Jimmy Broxton, elevando ainda mais o alto patamar de referências estabelecido pelo título em cada um de seus capítulos. Entendê-las é uma tarefa que traz satisfação e uma ótima sensação de aprendizado aliado a divertimento, marca característica de outros grandes trabalhos do mundo dos quadrinhos. Nessa nota, também ganham destaque as mais uma vez brilhantes capas feitas por Yuko Shimizu, marcando presença em sua participação tão pontual dentro da série. O que resta, então, é o ímpar despertar de curiosidade que assola o leitor ao término de "Inside Man", interesse esse sabiamente explorado em volumes posteriores.

Agora 'nuff said. Sigam o blog e não deixem de acompanhá-lo!

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In a nutshell:

- The Unwritten Vol. 2 - Inside Man -
Thumbs Up: ótimo desenvolvimento de personagens centrais e adições ao elenco central; olhar interessante e profundo sobre o reflexo de perversão de uma obra através do arco Jüd Suss; mudança de focos narrativos eficiente; arte de Peter Gross vive todo seu potencial; abordagem sensível da distinção entre fantasia e realidade sob olhares infantis e adultos;
Thumbs Down: -----

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